31 de Janeiro de 1891, o começo da República


A Revolta de 31 de Janeiro de 1891 foi o primeiro movimento revolucionário que teve por objectivo a implantação do regime republicano em Portugal. A revolta teve lugar na cidade do Porto e iniciou-se na madrugada de 31 de Janeiro, quando os sargentos do Batalhão de Caçadores N.º9 se dirigiram para o Campo de Santo Ovídio, mais tarde renomeado de Praça da República. A estes militares juntaram-se pelo caminho o Alferes Malheiro, o Regimento de Infantaria N.º 10 e uma companhia da Guarda Fiscal.
Os revoltosos dirigiram-se à Câmara Municipal do Porto, que se situava na Praça D. Pedro, hoje Praça da Liberdade, onde ouviram Alves da Veiga, da varanda da Câmara do Porto, proclamar a Implantação da República.
Foi hasteada uma bandeira vermelha e verde e por entre vivas à República a multidão que assistia decidiu tomar a estação dos Correios e Telégrafos, onde no caminho foi barrada pelo destacamento da Guarda Municipal, afecta à Monarquia.
A Guarda Municipal abriu fogo, em resposta a tiros que terão partido dos populares, vitimando civis e militares revoltosos. A multidão civil iniciou a sua fuga e com ela alguns militares. Ainda houve militares que tentaram resistir barricando-se na Câmara Municipal, onde a Guarda, ajudada por artilharia da Serra do Pilar, por Cavalaria e pelo Regimento de Infantaria N.º 18, forçou a rendição. Às dez da manhã tudo tinha terminado.
Alguns daqueles que tinham estado na origem da revolta conseguiram fugir para o estrangeiro, casos de Alves da Veiga, Sampaio Bruno ou António Claro.
Os revoltosos foram julgados por Conselhos de Guerra em navios ao largo de Leixões. Para além dos civis foram julgados 505 militares. Houve condenações a penas que variaram entre 18 meses e 15 anos de degredo em África para cerca de 250 dos julgados. Em 1983 alguns seriam libertados em virtude de uma amnistia.
Embora não tendo obtido o sucesso desejado, a 31 de Janeiro de 1891 foram lançadas as sementes que daria fruto a 5 de Outubro de 1910 com a Implantação da República.

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