Mudar de vida
Comemora-se
hoje o 38.º aniversário do 25 de abril de 1974. Desde a madrugada daquele dia
até hoje muito se passou, e da aurora da esperança chegamos ao crepúsculo da
desacreditação, mas não podemos deixar de analisar e refletir sobre este
período e o que ele pode significar para o nosso futuro coletivo.
Este
também deve ser, um de muitos, momentos de reflexão sobre o que fizemos enquanto
parte de um todo e o que ainda poderemos fazer. Todos temos a nossa quota-parte
do passado assim como a teremos no futuro, seja ela por omissão ou por estar disponível.
Eu
continuo a acreditar que é possível melhorar e colocar o esforço individual de
cada um ao serviço do coletivo e melhorar assim a situação de desenvolvimento onde
nos encontramos.
Por
isso há algum tempo fui falando com algumas pessoas que me merecem toda a
consideração e propus-lhe a constituição de um movimento cívico (que poderia
vir a designar-se MUDE - Movimento de Unidade e Desenvolvimento de Estremoz),
transversal aos partidos políticos e de génese
popular, assente em todos aqueles que achassem que poderiam contribuir
positivamente para o futuro do concelho, e que tinha, e penso que mantêm, toda
a pertinência em constituir-se.
Uns
por umas coisas e outros por outras e a ideia adormeceu, mas tal como na
alvorada de 25 de abril de 1974, também hoje, é preciso acordá-la e dar o nosso
contributo.
O
MUDE tinha como objetivos de
contribuir, através da intervenção cívica, para o aprofundamento da
democracia participativa inscrita no artigo 2º da Constituição da República,
para a renovação geral da nossa vida democrática e para o cumprimento das metas
morais e sociais da Constituição.
Pretendia
ser um espaço de cidadania do qual poderiam beneficiar as instituições
democráticas e os
próprios partidos políticos, e promoveria debates sobre temas relevantes tanto de
âmbito local como geral e
dinamizaria a realização de petições, ações
populares e iniciativas legislativas de cidadãos, com vista à concretização da melhoria da qualidade de vida dos
cidadãos deste concelho.
Hoje, mais
do que nunca, acho que há mesmo a necessidade de debate daquilo que queremos e
para onde queremos ir. Hoje mais que há seis meses, é preciso olhar em frente a
encontrar soluções.