Amor e Contra
Volto com este post às crónicas de Miguel Esteves Cardoso (MEC) em “A causa das coisas”. Algumas são de facto memoráveis e merecem-nos a atenção, como é o caso de “Amor”. Escreve então MEC “Mesmo que Dom Pedro não tenha arrancado e comido o coração do carrasco de D. Inês, Júlio Dantas continua a ter razão: é realmente diferente o amor em Portugal”.
Ainda hoje é mais fácil dizer que gostamos de alguém, em vez de dizer que amamos alguém. O pudor que MEC descreve em relação ao incómodo fonético que é dizer “Eu amo-o ou eu amo-a”, continua a acontecer.
O mesmo se passa para a palavra “amante”. Palavra de sentido simples que significa “aquele que ama”, tem para os portugueses um sentido malicioso, indecente ou de pouca vergonha.
Ao longo desta crónica, MEC demonstra a grande confusão estabelecida entre amar e gostar, do amor com a paixão, e como se torna difícil a condição de se amar em Portugal.
Para aquele autor “Estas distinções fazem parte dos divertimentos sérios das outras culturas e, para podermos divertirmo-nos e fazê-las também, é urgente repor o verbo amar em circulação, deixarmo-nos de tretas, e assim aliviar dramaticamente o peso oneroso que hoje recai sobre a desgraçada e malfadada paixão”.
Interessante também, não é que não sejam todas, é a crónica “confiança”. Num tempo em que os cidadãos andam descontentes e desconfiam dos políticos, nesta crónica MEC começa por afirmar “Num aspecto da maior importância, todos os partidos políticos têm sido desrespeitosos e malcriados para com os cidadãos deste país”. Poderíamos, segundo a mesma linha de raciocínio adicionar a palavra “contra”, onde a política volta ao centro da escrita, nesta por causa das sondagens, nomeadamente que “não era necessário uma empresa especializada para saber a verdade fundamental que está na base de todos os resultados e de todas as sondagens, nomeadamente que 99% dos portugueses são contra”
Efectivamente ainda hoje os portugueses são contra. Contra seja o que for. Contra e pronto.
Há muitas mais crónicas que vale a pena, talvez um dia lá voltemos.
Ainda hoje é mais fácil dizer que gostamos de alguém, em vez de dizer que amamos alguém. O pudor que MEC descreve em relação ao incómodo fonético que é dizer “Eu amo-o ou eu amo-a”, continua a acontecer.
O mesmo se passa para a palavra “amante”. Palavra de sentido simples que significa “aquele que ama”, tem para os portugueses um sentido malicioso, indecente ou de pouca vergonha.
Ao longo desta crónica, MEC demonstra a grande confusão estabelecida entre amar e gostar, do amor com a paixão, e como se torna difícil a condição de se amar em Portugal.
Para aquele autor “Estas distinções fazem parte dos divertimentos sérios das outras culturas e, para podermos divertirmo-nos e fazê-las também, é urgente repor o verbo amar em circulação, deixarmo-nos de tretas, e assim aliviar dramaticamente o peso oneroso que hoje recai sobre a desgraçada e malfadada paixão”.
Interessante também, não é que não sejam todas, é a crónica “confiança”. Num tempo em que os cidadãos andam descontentes e desconfiam dos políticos, nesta crónica MEC começa por afirmar “Num aspecto da maior importância, todos os partidos políticos têm sido desrespeitosos e malcriados para com os cidadãos deste país”. Poderíamos, segundo a mesma linha de raciocínio adicionar a palavra “contra”, onde a política volta ao centro da escrita, nesta por causa das sondagens, nomeadamente que “não era necessário uma empresa especializada para saber a verdade fundamental que está na base de todos os resultados e de todas as sondagens, nomeadamente que 99% dos portugueses são contra”
Efectivamente ainda hoje os portugueses são contra. Contra seja o que for. Contra e pronto.
Há muitas mais crónicas que vale a pena, talvez um dia lá voltemos.