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A mostrar mensagens de abril, 2012

Mudar de vida

Comemora-se hoje o 38.º aniversário do 25 de abril de 1974. Desde a madrugada daquele dia até hoje muito se passou, e da aurora da esperança chegamos ao crepúsculo da desacreditação, mas não podemos deixar de analisar e refletir sobre este período e o que ele pode significar para o nosso futuro coletivo. Este também deve ser, um de muitos, momentos de reflexão sobre o que fizemos enquanto parte de um todo e o que ainda poderemos fazer. Todos temos a nossa quota-parte do passado assim como a teremos no futuro, seja ela por omissão ou por estar disponível. Eu continuo a acreditar que é possível melhorar e colocar o esforço individual de cada um ao serviço do coletivo e melhorar assim a situação de desenvolvimento onde nos encontramos. Por isso há algum tempo fui falando com algumas pessoas que me merecem toda a consideração e propus-lhe a constituição de um movimento cívico (que poderia vir a designar-se MUDE - Movimento de Unidade e Desenvolvimento de Estremoz), transversal aos p

Os electrões não têm nada de vida

Albert   von Szent-Gyoryi (1893-1986), foi um cientista de origem húngara, naturalizado norte-americano, e que ganhou o Prémio Nobel da Fisiologia e da Medicina em 1937. Este cientista foi galardoado pela descoberta da vitamina C e pelo seu contributo para que fosse percebido o ciclo do ácido cítrico, um processo fundamental na respiração aeróbia. Das muitas áreas de investigação onde trabalhou, escreveu nas suas memória: Na minha busca pelo segredo da vida, comecei as minha investigações em histologia. Insatisfeito com a informação que a morfologia celular me poderia dar acerca da vida, virei-me para a fisiologia. Achando a fisiologia demasiado complexa, fui para farmacologia. Ainda considerando a situação demasiado complicada, virei-me para a bacteriologia. Mas as bactérias eram ainda muito complicadas, então,   desci até ao nível molecular, estudando química e química-física. Depois de 20 anos de trabalho, fui levado a concluir que, para compreender a vida, temos de descer ao nív

Imóveis devolutos e desagravamento fiscal (IMI) – uma proposta para a sustentabilidade cultural da cidade

Imóveis devolutos e desagravamento fiscal (IMI) - Uma proposta para a sustentabilidade cultural da cidade, é um texto de Rui Matoso, do Movimento Cidades Pela Retoma, publicado no "Badaladas" e que abaixo se transcreve. Enquanto as “oportunidades na regeneração urbana” não encontram os fundos imobiliários que permitam a reabilitação das casas e a consequente actualização das rendas e se agilizem os tão propalados despejos dando origem a um possível fenómeno de “gentrificação” (substituição da população residente fragilizada económica e socialmente por outra nova com rendimentos superiores), os proprietários de imóveis devolutos continuarão a ser sancionados através do IMI (Imposto Municipal sobre Imóveis) - pois, a tributação fiscal sobre o imóvel, se o mesmo for considerado devoluto ou em ruínas, tem um agravamento para o dobro ou triplo da taxa de IMI (Código do IMI, artº 112º, na redacção do artº 93.º da Lei 64-A/2008, de 31 de Dezembro), sendo que os municípi

O Pai Natal de Chocolate

Esta é uma história triste. Hoje, longe do espírito natalício , quando o tempo é mais dado á solidariedade, é menos intensa que naquela época do ano. Como todas as histórias esta também começa por “Era uma vez…”, e reza assim: Era uma vez, numa pequena cidade, no tempo em que ainda não havia grandes superfícies comerciais e todas as lojas tinham uma montra que funcionários e proprietários decoravam com muito afecto. Tempos antes do dia de Natal, no inicio do mês de Dezembro, as lojas expunham brinquedos e guloseimas de chocolate. Havia uma que todos os anos colocava religiosamente no centro da montra um grande e bonito Pai Natal de chocolate. Todos os dias em frente daquela montra um menino ali ficava   longas horas a comtemplar aquele   bonito Pai Natal. Entre ambos, o vidro da montra, e por trás o dono da loja, também ele todo os dias no mesmo sitio sorria cinicamente ao menino, lembrando-lhe que lhe era inacessível o Pai Natal. Mas todos os dias, chovesse ou fizesse Sol, mesmo sa